terça-feira, 29 de maio de 2012

A luz que cega!

        Saio mais uma vez da tua presença, com a velha sensação do veleiro sem remo, que fica a deriva no mar!

          Busco em cada palavra o preenchimento de um vazio que você deixa a cada partida.
          Como uma planta que cresce um pouquinho a cada dia sem que consigamos ver, você se afasta! Ergo meus braços em sua direção, mas eles parecem pequenos. Passo a passo você se vai, sem dizer adeus, lentamente para que eu não perceba quando enfim, você desaparecer! 
        Tomada por uma luz forte e brilhante, que mais cega que ilumina, me vejo só, como que num quarto de tetos, paredes e pisos totalmente brancos. É assustador! Penso que talvez o que os cegos veem são essa luz, que não diz nada! O escuro é mais revelador, pois flashes de luz pode aparecer e trazer alguma resposta.           
          Donde vem essa angústia tão inexplicavelmente grande? Com que propósito? Por que o aprendizado precisa ser precedido de tantos por quês? Por que essa luz não é a luz que preciso pra me convencer? Pra tomar um novo rumo, pra mudar? Talvez haja dois de mim nesse universo: um que vê e outro que enxerga, a luz que cega! 

(Publicação: Rosilene Oliveira- 29/05/2012 - ilustração: web)