quinta-feira, 18 de julho de 2013

Mensagem Trocada – 
Apenas dois aparelhos, um acaso e um adeus.
A vida escolhe o jogo, as peças desse jogo, joga sobre a mesa do destino, então escolhe os jogadores. Roger e Luna foram os escolhidos dessa vez. Escolhidos a jogar um jogo de cartas marcadas onde o destino já está traçado. O jogo termina com a mesma velocidade com que os jogadores jogam. O jogo da sedução. Foram apenas dois encontros, que marcaram a chegada e a partida. Um breve instantes de 30 dias capaz de causar uma dor infinita e o sentimento de derrota. O que parecia perfeito, não foi tão perfeito assim. Onde encontrar o consolo para a falta da razão? Há muitas teorias que justificam um fim tão repentino, como tantos fins tão repentinos, mas nenhuma delas é capaz de curar a feridas exposta da indignação.
            Através de uma mensagem trocada por engano, Roger faz um convite a Luna, daí  inicia-se uma sequência de outras mensagens via sms, o papo flui, evolui para o chat, depois para  ligações telefônicas, que se intensifica, virando em poucos dias um hábito . Surge uma amizade, que logo é despertada o desejo de um encontro, e promessas de muitos. “Promessas” de viagens juntos, e fins de semana  freqüentes. Roger foi um excelente conquistador, com seus lindos olhos azuis, seu estilo esportista, jovial  , bem relacionado. Porém, algo obscuro o segurava na incerteza, que logo o levaria às mentiras, aos descompromissos, aonde  ainda havia um nó a ser finalizado.
            As conversas diárias ,atenciosas e carinhosas, levaram Luna a imaginar que finalmente o amor estava batendo à sua porta. Bateu, mas com tanta força que assustou. O rapaz não soube administrar a carga de afeto que recebera de Luna, para ela isso deveria ter sido  visto com maturidade que a idade lhes conferem, não foi assim, Roger abandonou o barco ainda em alto mar, e Luna deve que navegar de volta até o porto, sem entender a verdadeira razão dele ter interrompido a viagem.
            Luna teve que aceitar a única explicação dada, ilógica, aparentemente. O homem doce e gentil, devoto fervoroso de sua religião, seguiu seu caminho sem olhar pra trás, dizendo apenas que tinha coisas pra resolver.
            Então qual foi o alimento desse breve relacionamento? Curiosidade, comodidade, companhia, desejo, afeto, nada mais, faltou o principal: O querer!  Um desejo mútuo, de construir uma história que poderia ter sido um exemplo de superação.  Mas uma história de amor não se escreve apenas por um.

Tão rápido como começou, também terminou, com o mesmo aparelho que disse olá, disse adeus, vulgarmente conhecido como, “dar um tempo!”  Dar um tempo pra esquecer, pra semente morrer, sem água sem adubo, se nada.

(Rosilene Oliveira/ julho/2013 - imagem google)

quarta-feira, 17 de julho de 2013

O Poder do Querer


De repente eram grandes amigos;
De repente eram melhores amigos;
De repente sentiram que deveriam ser mais que grandes e melhores amigos.
Era uma ideia estranha e uma decisão difícil de se tomar . Haviam duas forças lutando dentro do coração de  Estella e Nícolas, especialmente porque iriam adentrar em um universo ainda desconhecido .  Quantos medos os acompanharam até que decidissem, especialmente para Estella. Porém , após ter em seu peito despertado o sentimento maior do Ser, não poderia mais recuar, apenas buscar  coragem para dizer o Sim à Nícolas, a eles, ao Amor!
Encorajada de que não haveria como sentir a temperatura da chuva se não se permitisse sair sem guarda-chuvas, deixar banhar da cabeça aos pés, assim ela o fez! Corajosa menina! 
Tudo que precisavam saber é que  estavam lutando por manter  a ‘corda’  estendida no ar, caso um dos dois se cansasse, a corda ficaria bamba. A corda é o amor, e suas mãos, as ações diárias que fortaleceriam esse amor!
O amor de  Nícolas e Estella é uma odisséia em extinção. É cruel pensar que um dos dois possa  fraquejar diante dos parasitas  que os cercam: o medo, o ciúme, a insegurança, a saudade... são inúmeros os vilões que saltitam de alegria quando algo dá errado, quando um dos dois vai dormir com o coração ferido. Mas a tarefas de amar não é fácil, é ,ao mesmo tempo que prazerosa, estressante, uma vez que não há receitas prontas, dia após dia, um precisa ensinar o outro como gosta de ser amado. Não se deve amar todas as pessoas do mesmo jeito, assim nenhum ex-amor serve  de referência  na construção de um novo amor. Cada amor é único. Então, não serve dizer: -‘Eu sempre fui assim! Eu nunca fiz isso! Eu não sei ser diferente! Cada novo amor é uma nova história, que precisa ser escrita com caneta de ouro, com as tintas mais caras e raras. É isso ai, estão no caminho certo!
Estella e Nícolas, vencem barreiras todos os dias, desde que decidiram pelo sim, especialmente com relação a distância, que são compensadas com telefonemas diários, até  madrugada à fora. Isso é mágico! Eles desenvolveram uma técnica até então desconhecida: Amarem –se virtualmente, através da voz,  da fala, da essência das palavras. Passando a se conectar através do tom de voz, se permitindo adentrar num mundo imaginário onde poucos se atrevem , por medo, ou simplesmente  pela falta de credibilidade no amor, o  que para muitos se resume em sexo, carne, presença. Presença! Quantos  passam horas juntos e sequer percebem o perfume novo rescendido no ar, ou a roupa nova posta para aquele jantar especial, tantos gestos que passam em branco: como um bom dia depois de fazer amor, ou um simples carinho... Há muitos sinônimos para a palavra: Presença. Não fosse isso, porque tantos casais se separam? Quantos deixam a corda amarrada num tronco seco, ou na mão apenas do outro? Chorar, faz parte. Errar, mais ainda. Mas pedir perdão, reconhecer o erro e evitá-los é um exercício que nunca deve ser retirado da tarefa de casa. Muitos choram, mas nunca devem desistir de viver. Viver é secar as lágrimas um do outro e não proporcioná-las, a menos que sejam de alegria.
O Poder do Querer é o alimento oferecido aos que decidem dizer juntos o Sim, não pra um juiz ou um religioso, mas a si mesmos. Dizer sim, Eu Amo Você do meu jeito, mas quero aprender a te amar  do seu jeito. Mudanças são necessárias constantemente, visto que ninguém é igual a ninguém, ninguém é receita, bula ou um livro já escrito. Nícolas tem sido um exemplo de aprendiz do que o move todos os dias: seu amor por Estella. E Estella, uma eximia mestra, com sua sensibilidade aflorada, seu carinho, às vezes radicalmente impaciente, o que força seu amado a rebobinar o filme, reconhecer o erro e exercitar sua tarefa de casa: pedir perdão. ‘Há sempre uma escolha, há sempre um caminho onde as folhas do chão vão lhes indicar’ , é leviano ignorar esse sinal.  A escola da vida é o ato  das escolhas, O casal escolheu, o amor, e isso prova que ele pode sobreviver nos corações dos seres reais tão lindamente como existem nos seres imaginários.
O amor é a essência da vida, é o que move o mundo. Deixar de vivê-lo é perder a chance de ser parte de  universo melhor!

(Rosilene Oliveira- julho/2013 - imagem web)


terça-feira, 16 de julho de 2013

Os Tons de Verde

                                       



                                      Ylenna e Luiz – Tons de Esperança.

Pétalas de todas as cores coloriam as verdes águas do rio, daquela tarde de sábado, 13 de julho. Donde vinham , ninguém sabia dizer, apenas reluzia os tons de verde daquele encontro inesperado. Os olhos brilhantes de Luiz aqueciam com ternura o corpo de Ylenna, por debaixo das águas mansas do rio. Seu sorriso agradecia o carinho e pouco a pouco, um sentimento novo surgia.
Amigos de longa data, confidentes às vezes, companheiros de baladas, aluno e professora. O destino vinha rascunhando uma história que logo se tornaria um belo capítulo nas páginas da vida de Ylenna e Luiz. Meses de espera afligiam o coração do rapaz, ele sabia que de alguma maneira aquele dia chegaria. O dia em que poderia enfim, olhá-la nos olhos, tocar suas mãos, sentir seu calor num abraço especial. Ter seu sorriso único, ainda que por um breve momento. Desenhar seus lábios com as mãos, e mais, com seus próprios lábios. Luiz foi sereno em sua espera, diversos convites ocorreram e encontros despretensiosos, Ylenna não sabia que em cada convide ressurgia o desejo de Luiz em poder tê-la em seus braços,não como parceira de dança,  mas como sua amada idolatrada! Diante do espelho, seus olhos  captavam cada detalhe do belo corpo de sua deusa,  que a música moldava. Silenciosamente Luiz gritava: - Oh! Destino, quanto tempo ainda terei que esperar? Que no momento exato, não me falte as palavras ou as ações adequadas, afim de que, não quebre esse cristal tão precioso. 
            O destino é cúmplice dos corações apaixonados,  preparando as pétalas que deixarão no caminho, colorindo o dia com seus diversos tons, aquecendo a água que lava a alma. 
Chega o dia da grande viagem, um dia repleto de ansiedades onde o estômago dói, a cabeça tonteia, e a respiração fica ofegante. Serão alguns dias longe das tribulações do dia a dia de Ylenna,  livre das grades que a cercam por anos; livre do monitoramento virtual, que hora cuida, ora  desanima. Na mala, a principal bagagem: a expectativa de dias inesquecíveis.  E na chegada a única certeza: Novos tons colorindo as flores do verão.
Os dias gélidos de sua cidade dão passagem às temperaturas amenas, ora quente, ora fria; propiciando as ações do momento: O banho nas águas geladas do rio, e o aconchego de braços entrelaçados nas noites frias. Á princípio Ylenna propicia à todos à sua volta, o seu sorriso de contentamento, sempre gentil, doce, encantador, cativante. Os novos amigos a acolhem com admiração e respeito; Luiz não cabe em si de tanto orgulho, pensa: _ Enfim, alguém  com quem vale a pena andar por ali de mãos dadas, fazer-se notar em tão graciosa companhia. O pequeno grande homem, moreno de estatura mediana, parecia gigante em sua satisfação, seu sorriso traduzia-lhe em um rei, onde todos  se curvavam em reverência. Sorrisos vinham de todos os lados, exceto das mulheres enciumadas, que a cumprimentava com desdém, natural, não eram elas que estavam ali, desfilando e tendo todas as  atenções voltadas  à elas.   
Após uma manhã nada confortável para Luiz, quando acidentalmente, suas chaves se prenderam dentro do porta-malas do seu carro, que permaneceu travado por horas à espera de um chaveiro que pudesse resolver o problema. Embora não demonstrasse aflição, sua voz  acelerada dava sinais de estresse, talvez pela presença de Ilenna e sua amiga, Luma que ficaram “ilhadas” naquela situação e na casa de um recém apresentado, Alan. Por sorte elas estavam de férias e qualquer imprevisto seria visto como parte do processo da viagem. Realmente ele estava em ótima companhia.    Passado a angústia e a mudança de planos, nada como um banho de rio para refrescar o intenso calor e a tensão. Luma e Alan não se aventuraram a encarar a baixa temperatura das águas, que apenas se aquecia a uma longa distancia da margem, pelo posicionamento do sol, além do mais não eram bons nadadores, assim não convinha arriscarem desnecessariamente. Ficaram de papo pro ar, apreciando a paisagem, fotografando os tucanos, que insistiam em ocultar a sua beleza; os micos, pequenos e graciosos, moleques feito crianças; as borboletas, atraídas pelo cheiro das flores da mata  e das pétalas enigmáticas. ‘De onde vieram?’  O rio estava calmo, as águas límpidas, que refletiam os diversos tons de verde das árvores, mescladas com o azul do céu, o branco das nuvens e a luz do sol. Era um gigantesco espelho que duplicava o que já era belo. A paisagem perfeita, a temperatura exata, o momento oportuno para que Luiz abrisse o seu coração. Talvez não houvesse outro momento, o destino uniu-se a natureza, como grandes mãos abertas, os colocando ali, longe de tudo e de todos até mesmo dos seus amigos: Luma e Alan, que se fizeram espectadores dessa nova história de amor. Apenas “dois pontinhos” branco e preto a 60 mts, únicos e majestosos, encantavam e aqueciam as águas, era possível notar a fumaça que se formava como uma áurea de proteção. Olhos nos olhos, mãos que se encontram debaixo das águas,  corações descompassados, que se encontram no mesmo ritmo, beijos que se falam, na mesma linguagem. Perfeito! Afrodite, a deusa do amor se curva em reverência a conclusão de sua obra, depois se vai, assim como seus amigos.
Luiz foi paciente, lembrado de que não convém pular etapas, Ylenna impõe os seus limites, e ele prova pouco a pouco ser merecedor de sua confiança. Aceita com serenidade, se vê convidado a um universo onde muitos julgava estar instinto, o universo dos românticos! Experimenta a doce sensação da conquista, do galanteio; percebe-se completo no simples ato de olhar, tocar delicadamente a sua musa, estar em sua companhia...
Bem vindo ao mundo dos ‘enamorados’!

            A semente foi plantada, agora depende de cada um deixá-la florescer ou morrer, assumir os tons do arco íris, ou os tons de cinza do vazio!

(Rosilene oliveira/julho-2013)

sábado, 1 de junho de 2013

PERDÃO

Perdoe minha pouca fé!

Perdão Senhor, minha pouca fé me derrotou,
 Eu estava vazia de esperança,
 Estava cansada porque meu alimento espiritual tinha se acabado. 
Obrigada por sua compaixão, por ser luz nas minhas trevas, por me amar, por mostrar que sou tua serva E que não posso me deixar derrotar pelos meus medos.
Sou grata por tua infinita bondade, já não tenho mais lágrimas de dor,
Sinto-me leve, serena, fortalecida.
Não tenho medo, compreendo que o Senhor prepara o meu caminho, 
Traça o meu destino, e guia-me pelo caminho certo.
Compreendo que o Senhor  permite que atravessem o meu carinho, 
Sendo eu instrumento deles e eles de mim.
Reconheço frágil, pecadora, injusta e de pequena fé.
E vós peço: Enviai-me teu Espírito Santo, lava com o teu sangue o meu coração,
E enche-o de Esperança!

(Rosilene OLiveira - 01/junho/2013)





Descanse seu coração!

Acalme o teu coração, 
Não há motivos para pânico.
Desvie o teu olhar das portas fechadas, 
outras estão prestes a se abrirem.
Não perca a fé, a esperança,
cada lágrima que derramas, 
são espinhos retirados do seu caminho.
Abra as cortinas, abra as janelas, deixe o sol banhar o teu rosto
sinta as cores dos raios colorindo sua alma,
descanse seu coração em minhas mãos.
Lembre-se: Você não está só, Eu te treinei pra vida.
Veja quantas vitórias já alcançou, e o seu suposto amor, não estava contigo nessas horas,
ele ainda não chegou, ainda não está pronto.
 Outros estão atravessando o seu caminho,
com missões traçadas por mim,
Uns vão te ensinar outros serão ensinados por você. 
Todos são instrumentos de Minha vontade.
Quando sentir-se fraquejada, abatida, chame a mim
que não tardarei ao seu encontro.
Dê-me sua mão, levanta-te, dê-me sua última lágrima, 
descanse seu coração, 
e siga em paz, 
Eu estarei ao teu lado!

(Rosilene Oliveira - 01 de junho de 2013) Imagens google.

                                                                                                     


LÁGRIMAS

Estou tão cansada... tão cansada dessa longa espera... tão cansada dessas vãs entregas!
Meu coração queima, ferve o líquido que o lava e escorre em forma de lágrimas!
São lágrimas de dor, 
Dor insuportavelmente insuportável,
Dor de saudade, dor de indignação, dor de: Por que não!
O que dói não é a perda, não é estar só. O que dói é "Por que está só?" 
As lágrimas de dor, é dor que não se explica, é o oposto da paz, da alegria, do amor...
Estou cansada de ser heroína, de ser o anjinho de asas, de ser a parte compreensiva da história.
Estou cansada das filosofias que ninguém vê. 
Estou cansada desse mundo que diz que não posso viver só!
Estou cansada de sentir as pupilas dilatarem quando meu coração se apaixona.
Estou cansada desse tolo coração que tanto sofre.
Estou cansada dessa impotência de não alcançar o coração do meu amor, com o meu amor...
Estou cansada dessas lágrimas salgadas que me envelhece a cada dia!!!

Estou muito cansada!

(Rosilene Oliveira- 01/junho/2013) imagens web

O Aborto da Alma



                 Pensava sobre como as coisas começam de maneira inusitada, surpreendente, fazendo brotar sorrisos de canto a canto da boca, fazendo o coração alegrar, tornando os dias iluminados, mesmos aqueles de chuva e frio. É o encantamento. Uma magia inexplicável, capaz de fazer o mais tímido dos tímidos tornar-se uma fera, extremamente corajosa. 
                 Depois, passado o êxtase, vem a calmaria, o curso natural das coisas. Tudo vai bem, como as águas de um rio correndo livres sobre as pedras, sem barulho, sem pressa, sem alvoroço. Tudo parece perfeito, dúvidas e problemas futuros a serem sanados; medos a serem vencidos; obstáculos a serem transpostos; A vida acontece plena, sem atropelos.
                De repente abre-se no chão uma fenda, que em segundo torna-se uma enorme cratera, engolindo os sonhos,  os sorrisos, o coração, restando apenas um rasto de lágrimas de dor e dúvida: Por quê???


( Rosilene Oliveira/ 01 de junho de 2013 )



Poema - Olhos Azuis





OLHOS AZUIS

A força das cores.
Todas as cores têm a sua força
Uma mais intensa,  outra mais vibrante.
O azul dos teus olhos tem a força de hipnose,
Como não perder as palavras diante de tão bela cor.
Saúdo Vitória, por estar diante deles 
Privilegiada nesse momento por deslumbrar tamanha beleza
Contemplo à distância o brilho dos teus olhos
Como contemplo a luz do sol, das estrelas, das profundezas do oceano.
Teus olhos azuis, mesclados com a suavidade de tua voz
Amarrados ao teu abraço infinitamente acolhedor.
Perdoe essa simples mulher, 
se por eles me apaixonar!

(Rosilene Oliveira/ maio 2013)
  

Mãe, por teu infinito Amor!





Tenho muitas palavras no meu coração pra lhe dizer, que traduzem a minha admiração e amor por você, mas preferi escrever, tenho uma certa intimidade com as palavras e corro menos risco de esquecer alguma coisa.
Um dia Deus tocou seu ventre e de repente eu estava lá, com amor me acolheu e me protegeu;  Eu cresci e tuas mãos estavam ali pra me segurar quando eu caísse, e quando isso inevitavelmente acontecia você me erguia e me direcionava  pra continuar seguindo. Nas minhas noites febris você se prostrava diante da minha dor e não era por pena que me cuidava, era por amor! E como eu adoecia! As crises de bronquites eram constantes.
Quando eu fui pra escola, lembro do primeiro uniforme que você teceu, saia pregueada azul com blusa branca, eu achava lindo! Adorava as manhãs de domingo, quando íamos, eu e meus irmãos, à missa e ficavam ansiosa pra que ela acabasse, pra poder chegar em casa e encontrar a mesa posta, com aquele macarrão com queijo que eu amava. Lembro de você cantarolando as músicas de Chitãozinho e Xororó, adorava ouvi-la cantando!
Veio a adolescência e as crises do coração, a primeira paixão, que coisa estranha era aquele sentimento, onde a gente precisava se virar sozinha! Você do seu jeito, segurava as pontas com meu pai, até que eu aprendesse a lidar com aquele momento. Mais tarde eu sai de casa, pra trabalhar, não existia celular e como era grande a saudade, encontrar um orelhão e ter uma ficha pra te ligar era como ganhar um grande presente. Foi uma experiência válida, mas muito sofrida, não sabe quantas vezes sentei numa calçada e chorei. Você agiu como Deus  à escolha de Jesus, o permitindo o sofrimento.
Depois me casei.  Como chorei ao deixar a minha casa e o seu olhar, um pedaço de mim ficou na estrada enquanto de seus olhos lágrimas brotavam, e eu nem ia morar tão longe...
Veio a formatura, um momento mágico. Enfim eu estava valorizando toda sua dedicação, me tornando alguém. O momento da formatura foi só lágrimas.
 Mais tarde, foi minha vez de ter meu ventre tocado pelas mãos de Deus, agora era minha vez de ser abençoada com essa graça, e eu tinha o espelho mais nítido pra olhar. Mas os propósitos de Deus foram outros,  perdi antes mesmo de ganhar, um pedaço do meu coração foi junto com ele naquela sepultura, por diversos dias tudo que queria era cavar as terras com as minhas mãos e ficar ali... com meu pequenino! Mas não o fiz, lembrei que antes dele eu tinha você, que tanto me amou, e não quis que sofresse a mesma dor que eu, naquele momento. As lágrimas secaram e continuei...
Os outros filhos vieram, meu emprego, meus dias e noites de correria, minhas aflições, minhas frustrações e minhas alegrias, e você nunca se afastou, embora eu, às vezes o fazia .
Mãe, minha mãe... sou grata a ti por tudo que tenho e por tudo que sou!
Rezo a Deus em todas as minhas orações, para que te proteja, assim com sempre me protegeu!
TE AMO MUITO MINHA RAINHA!!!


Rosilene Oliveira.maio/2013

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Obra-prima de uma artista amadora


                   



                              Eu pintei um quadro
Hoje senti um enorme desejo de  pintar um quadro, mesmo sem nenhuma técnica, apenas com a minha inspiração. Então pensei: sobre o que seria? Há muitos temas que podem ser abordados em uma pintura. Quis retratar uma sensação que é constante em minha vida, enquanto a velocidade me levava pelas estradas me vi assim, só! A solidão tem sido minha companheira de longas datas, até já me acostumei, compartilho com ela o meu silêncio, os meus desejos e tantos mais, não há solidão pior do que aquela que nos ausenta de nós mesmos. Não! Achei melhor não, sei que ela ainda será minha sombra por muito tempo, quando minha casa ficar realmente vazia ,sem o barulho das crianças, que já serão grandes e terão as suas próprias crianças. Assim visualizei algo novo, especial, majestoso e decidi: pintaria uma alma, imaginei os contornos, queria cores, então percebi que representar uma alma seria usar apenas uma cor translúcida. Não, queria mais cores, claro, para isso deveria reproduzir uma alma dentro de um corpo, com pele, pelos, suor, batimentos cardíacos, saliva, mãos. Então escolhi as mais preciosas tintas, as mais belas cores, os pincéis mais suaves. Com o branco das nuvens daquela manhã esbocei o sorriso, largos, longos. Com o azul do céu e mesclas de cinza teci o olhar, intenso, fixo, daqueles que denuda minuciosamente. Contornei o rosto, colori com pétalas de rosas champanhe, cobri com pelos curtos e suaves. Contornei o corpo, parei no abraço, me deitei sobre ele, tracei os braços e as mãos, repousei nelas um tempo maior, longo... colori com a cor marrom de cascas de amendoim, revesti com a seda das asas das borboletas. Fechei meus olhos e imaginei aquelas mãos, navegando pelo meus rosto delicadamente, sem pressa; tocando meus cabelos, sentindo cada mecha. Tornei ao rosto, finalizei os detalhes. Estava pronta, belíssima obra-prima, de uma artista amadora. Precisava emoldurá-la, onde achar uma moldura à altura, pensei. Pensei novamente: Epa!!! Uma obra tão grandiosa assim não pode ficar emparedada, exposta a olhares sem visão. Tampouco um trono cheio de honras seria ideal. Conclui: o melhor lugar onde se pode guardar o retrato de uma alma tão generosa, cheia de coragem, força, luta e paz, não é outro senão aqui, dentro do Coração, vigiada pelas retinas dos meus olhos. A Alma que pintei é a alma de um poeta, e esse poeta é você!!! 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

SOLIDARIEDADE



             Às vezes julgamos as pessoas pelas suas inúmeras atitudes de alheiamento a dor dos outros.
Vemos cascatas de noticiários falando sobre violências, desastres, tragédias... viramos a página do jornal ou desligamos a tv, e nem nos importamos com a dor distante dos nossos olhos. É como num filme de ficção. De repente, num dado momento da vida conhecemos alguém, acompanhamos sua história, sua dor, sua luta, sentimos que se nada for feito, tudo será perdido. Unimos força, de todos os lados, convocamos, imploramos. Vemos o valor infinito de uma vida. Queremos ter o poder de Deus, pra que essa vida viva, então suplicamos, oramos, conclamamos, gritamos o mais alto que podemos, nosso grito ecoa pelos cantos de uma sociedade até então alheia. O som e as lágrimas atravessam os olhos, os ouvidos e alcançam o coração de muitos. Então todos se erguem, choram, sofrem e lutam. Unem-se em esforços mútuos, levantam a bandeira da vida, e cada um a seu modo, dentro das suas possibilidades move-se em direção ao que realmente vale a pena: a Vida!
              A solidariedade acontece nos corações humanos da humanidade, os destinos se modificam e a vida se renova, e tarda o triste fim do infeliz destino. Muitos são solidários, só precisam de uma chance para demonstrar isso! E motivos é o que não faltam!

(Rosilene Oliveira - 31/01/13)