domingo, 10 de junho de 2012

Cristal Quebrado.




    Ainda desconheço um material que seja capaz de colar um cristal sem que as cicatrizes sejam visíveis!
              Custa-me crer que haja uma maneira de deixar o cristal  intacto, após uma queda!
Uma vez trincado tudo que resta é jogá-lo fora, quando muito guardar como decoração no depósito de lembranças. Pois ele não terá o mesmo valor, a mesma serventia. Cada trinco representa um motivo, um porquê, de não ter ficado transparente como no princípio. Os estilhaços são perigosos, às vezes mortais, eles cortam, ferem, dilaceram... mesmo varridos para fora, vez ou outra um acaba perfurando os pés distraídos. Tarefa fácil essa de simplesmente jogar fora o cristal quebrado? Talvez, depende do valor que se tenha dado a ele. Para uns, um simples vergão é o bastante para atirá-lo ao lixo; para outros, mesmo bastante danificado é objeto de adorno. Uma forma de aprendizado, uma nova cartilha. Porém o que é lamentável e ver que por distração ele se quebrou, e não há nada mais que se possa fazer, é como estar condenado numa UTI, qualquer esforço é em vão, ele nunca mais será o mesmo. Quisera poder haver a metarmofose para os cristais, como há para o ouro. O cristal é frágil, é delicado... o ouro é firme, duro, conquista, engana e sucumbe. 
             Assim é o amor de quem entrega incondicionalmente, é delicado e transparente, que quando se quebra, escorre por seus poros tanta dor, que por mais que as palavras falem, as ações não colam. Então tudo que resta é lamentar, pelos sonhos não realizados, pela vida não vivida!





    Texto: Rosilene S. Oliveira/10/06/12- imagens web                              

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