Você não é o que as fotografias me mostram.
Observando atentamente várias delas, não as identifico com a pessoa que vejo diante de mim. Seu olhar é triste, seus gestos são lentos, sua voz é enigmática. O que diz não coincide com o que predestinou para sua vida.
As fotografias captam um momento breve, que só dura alguns minutos, logo você volta a ser o mesmo. A alegria que elas captam é irreal. Tantas companhias, tantos risos, são rascunhos escritos à lápis. Posso ver sua alma, e como anda triste! Conheço sua história em cada detalhe, dos felizes aos infelizes; conheço sua luta. Diz ter se encontrado, encontrado a felicidade... então porque não a leva contigo? Encontrou e a deixou lá. Tem uma lista enorme de amigos virtuais, mas quantos te convidam para jantar? Quantos te visitam regularmente? Quantos abraçam sua causa, te apóiam, te acompanham? Quantos te ligam de repente só para saber se teve uma boa noite ou se alimentou bem? Você se deixa enganar, nos deixamos, às vezes.
Não te julgo, apenas me preocupo e fico de mãos atacadas por não poder fazer algo a mais por você, além do que me permites fazer. Sabes que estarei por perto, torcendo por suas vitórias, um dia quando estiver lá no alto brilhando pleno e realizado, eu estarei em algum lugar aplaudindo e dizendo: Essa foto é real!(Publicação: Rosilene Oliveira/ 23/12/12)
Ao final de um dia demasiamente cansativo, onde coisas urgentes precisaram serem resolvidas, chega o momento do repouso, os olhos já não se permitem ficarem abertos para mais uma leitura ou uma composição. Então recolho-me no meu cantinho particular, deito-me sob a manta que aquece o meu corpo, não há braços que me aconcheguem, conforto-me com os travesseiros, são vários... após a minha oração noturna em agradecimentos, contemplo a chuva que cai, uma melodia que acalma, que inspira, que lava o cansaço dos ouvidos e clareia a visão turva. O sono vem de mansinho, e abraça e protege, sonhos bons surgem no meio da madrugada, viajo por lugares distantes, com pessoas com quem realmente gostaria de estar, vejo riso, sinto cheiros, ouço vozes, e sinto um beijo de mansinho sobre a face direita, é um sonho bom! À 1h14min. da madrugada, toca o som musical do celular, já sei quem me chama, então não me incomodo em ter o meu sono interrompido, uma voz de quem gosto de ouvir, apesar de às vezes não dizer muito. Trocamos umas meias palavras, depois um boa noite e volto adormir, enquanto a chuva continua a cair forte, marcante, volto a sonhar e sinto-me leve, uma tranquilidade que não tive durante todo o dia. Já quase amanhecendo, ouço o latido dos cachorros, que formam uma orquestas irritante. Penso em levantar-me, mas não quero agitar o meu sossego. Aguardo. Eles páram. Contemplo mais uns momentos de preguiça e aconchego no meu ninho. Às 7horas em ponto a chuva pára, o despertador toca, lembrando-me de que preciso tomar o remédio, que segundo o médico reponhe as energias, mal sabe ele que o que me reponhe as energias, é uma boa noite de sono, ao som de uma bela melodia de chuva e após um telefonema de alguém especial!